Generation Mindset
Não é porque a idade hoje importa menos do que os interesses que as gerações acabaram. Assim como elas se encontram e se conectam pelo entretenimento, elas também se cruzam em outros oito encontros geracionais identificados num estudo que a gente fez com a Box1824.
Aquele velho papo de gerações virou de ponta cabeça. Sim, sim, é o que a gente vem falando há alguns meses, baseados num novo estudo feito com a Box1824: na era do conteúdo transgeracional, não é mais sobre quantos anos você tem, e sim sobre o que você gosta.(1) Tentar colocar todo um grupo de pessoas numa caixinha e construir estereótipos só por causa da idade não é mais suficiente pra entender o comportamento dele.
Mas mesmo que as caixinhas não funcionem mais, não quer dizer que as gerações acabaram. Já teve um spoiler disso no artigo anterior, só que vale lembrar: os consensos ainda existem, porque as gerações são filhas do seu tempo.
No primeiro artigo dessa série, a gente trouxe o exemplo do entretenimento: mesmo que cada uma tenha sua forma única de se relacionar com o tema no Brasil, ele é essencial para todas as gerações – Gen Z, Millennials, Geração X, Boomers. Do seu próprio jeitinho, elas compartilham de um mesmo POV sobre o assunto: o entretenimento dá a elas tempo pra respirar. O entretenimento dá fôlego.
Assim como as quatro gerações se encontram no entretenimento, elas também se cruzam em outros oito encontros geracionais identificados no estudo. São tópicos que importam para todo mundo – ainda que, por vezes, cada geração lide com eles da sua maneira.
Todos esses encontros geracionais são, na verdade, sentimentos e desejos compartilhados, movidos pelos momentos que todos nós, independente da geração, temos vivenciado nos últimos anos. Um cenário meio instável em várias esferas, da emocional à ambiental. Tudo contribui pra consolidar esses oito pilares, que encurtam a distância entre as pessoas de diferentes idades.
Esses encontros geracionais se dividem em dois grupos: os cinco que a gente considera estruturais e os outros três que são, na verdade, formas de consumo. E a lógica por trás deles é relativamente simples, na real.
Os primeiros encontros, estruturais, são mais ligados a sentimentos, a formas de se expressar e de pensar.
As quatro gerações compartilham do medo de perder autonomia e de uma mesma ideia de que estão vivendo um momento incomparável – mas aqui, é cada qual à sua maneira. A autonomia de um Millennial, por exemplo, está mais ligada a ter uma carreira estável, enquanto pra um Boomer tem muito mais a ver com depender dos outros pra tarefas do dia a dia conforme a idade avança, sabe?
Por outro lado, as pessoas de diferentes idades dividem uma conexão com os mesmos valores fundamentais, além de concordar que um mesmo tópico é essencial pra todo mundo: o humor.
O tema foi considerado o mais importante para todas as gerações por 51% dos entrevistados na pesquisa. Ficou acima, inclusive, do trabalho (48%) e da política (46%). E não é só sobre dar risada, não: é sobre fazer os outros rirem – o que reforça o quão fundamental o humor é pra criar conexões.
Millennials, Gen Zs e pessoas da Geração X também "disputam" pra ver quem tem mais protagonismo quando o tema é saúde mental. Entre os mais velhos, 41% acreditam que o tema é mais importante para a própria geração do que para as outras. Entre os mais novos, o percentual chega a 58%.
Mas ó, não quer dizer que os Baby Boomers não estão nem aí pro tema. O que acontece é que as gerações mais novas entendem que sua própria geração puxa a conversa sobre o tema, em vez de incluir todo mundo na conversa. Saúde mental é uma questão fundamental, mas nem todo mundo a vê como universal.
Enfim, esses primeiros encontros geracionais são a base para os que vêm depois, mais relacionados às formas que a gente consome – seja conteúdo, tecnologia ou compras no geral. E se os pilares estruturais já levantam vários pontos pra gente ficar de olho, é aqui que marcas precisam ficar ainda mais espertas.
O humor é o melhor remédio pra todas as gerações. Mas não é porque todo mundo quer dar risada que ninguém leva o plot a sério. Tanto que assistir a filmes e séries é a atividade preferida para o tempo livre de 58% das pessoas ouvidas na pesquisa.
Então, mesmo que seja curto, o conteúdo que deve colar mais com a audiência é aquele que tem uma boa história, um roteiro bem feitinho por trás. Ou seja, que tem valor. É um reforço do que a gente já vem falando há tempos: se você quer ganhar seu público-alvo, não adianta cortar o barato dele com anúncios tradicionais.
É esse o caminho, inclusive, pra construir e manter uma marca forte – outro tópico que conta pontos demaaaais pra todas as quatro gerações. O combo favorito de todo mundo é a qualidade garantida de marcas conhecidas, somada à facilidade de encontrar os produtos por aí.
Quase metade dos entrevistados no estudo (48%) disse preferir comprar de marcas que já conhecem. E sim, isso se estende inclusive pras gerações mais novas – 49% dos GenZs compartilham dessa mesma opinião geral, ainda que as marcas conhecidas por eles possam ser diferentes das que são conhecidas por um Boomer.
No fim, então, é aquilo: independente da idade, pessoas de diferentes gerações – do Boomer ao GenZ – compartilham de algumas das mesmas preocupações, sentimentos e preferências, ainda que acabem lidando com isso cada uma do seu jeitinho.
Afinal, a idade hoje não importa tanto quanto os interesses, como a gente já vem falando. Mas as gerações não acabaram, não – a gente inclusive vai falar mais um pouco de cada uma nos próximos artigos dessa série. Fica de olho aqui no blog!
Ah, e não é por nada não, mas na parte de construção de marca que a gente falou por último o TikTok manda bem. Anúncios na plataforma são percebidos quase 2x mais rápido do que na TV, e isso se reflete lá no ROI depois.(2) Então que tal aproveitar esses insights todos pra construir sua marca com o TikTok? Se quiser uma ajudinha pra começar (ou dar seus próximos passos), aqui a gente junta todos os princípios básicos – e dá até umas receitas de estratégias pra você colocar em prática.