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Essa é a pergunta de milhões. Mas um novo estudo da consultoria WGSN para o TikTok tem algumas explicações pra isso. As novas tendências comportamentais na produção e consumo de conteúdo digital dos próximos anos são e serão sustentadas por 3 grandes movimentos: intencionalismo, escapismo e comunidades. E se você boiou, não tem problema. A gente vai explorar todos eles nessa nova série de 4 partes do TikTok for Business.
Quando uma nova tendência comportamental surge, é certeza: ela vai estar ligada a uma alguma mudança de sentimentos ou sensações num grupo de pessoas em alguma parte do mundo. Tudo começa assim, aos poucos, num canto no globo. Mas logo essa nova atitude ou forma de pensar se espalha, porque mais gente passa a se identificar com ela. E daqui a um tempo, tem uma galera seguindo. Você com certeza já viu essa história rolando nos últimos anos, seja na música, no cinema, na moda, na cozinha...
E no conteúdo digital? Quais são os comportamentos que vão se disseminar nos próximos anos? Ao que a gente precisa estar atentos? O que será cada vez mais valorizado e feito pelas pessoas? É o que a gente foi tentar descobrir junto com a WGSN. E disso, saiu um novo estudo que identificou três movimentos – três forças – que já começaram a direcionar e vão impactar e mover o mercado de conteúdo digital nos próximos anos: o intencionalismo, o escapismo e as comunidades.
Só que, antes de entrar neles, é importante a gente dar um tiquinho de contexto.
A começar pelo contexto humano. Esses três movimentos e todas as tendências partem de sentimentos identificados anualmente pela WGSN com sua metodologia. Para os próximos anos, é preciso levar em consideração que vivemos nos últimos tempos um cenário de policrise – muitas crises rolando ao mesmo tempo –, e isso deixou consequências. Nesse cenário, alguns sentimentos são identificados como crescentes:
Dissociação: Descolar-se da realidade é um mecanismo de defesa. Só que esse fenômeno, que é saudável quando acontece só às vezes, está se tornando frequuente e de forma coletiva, o que pode gerar consequências.
Ociosidade: A intensidade e a velocidade com que tudo acontece à nossa volta têm feito as pessoas se conectarem mais com seu próprio tempo e valorizarem mais as pausas. Um tempinho pra não fazer nada.
Aceitação radical: São tantas incertezas e inseguranças que surgiu a necessidade de se ter um espaço para se culpar e se cobrar menos, sem ser conformista. Aceitação radical é sobre aceitar limitações para lidar com a realidade com mais contentamento.
Neo-altruísmo: Uma maior valorização da conexão com o outro e de ajudar o outro. Do auto-cuidado cresce espaço para o cuidado com o próximo, que também gera uma sensação boa. No fim, se desenvolve assim um maior senso de comunidade.
Esses quatro sentimentos identificados pela WGSN são complementares. A gente lida interna e socialmente com eles todos os dias. Além disso, por serem já tão presentes entre nós, os quatro têm expressões visíveis em diferentes universos. O que inclui, é claro, o da tecnologia.
Nossa relação com a tecnologia tem ficado cada vez mais dual. Hoje, a gente já tem um olhar mais dúbio sobre o papel dela na sociedade, bem diferente do otimismo puro de antes. É só ver as inúmeras discussões em torno de inteligência artificial que têm rolado nos últimos meses.
Os avanços intensos têm amplificado a fusão entre experiências digitais e físicas, a ponto de estar cada vez mais difícil separar o real do virtual. Mas a necessidade de dividir é algo que tende a ficar pra trás conforme gerações mais novas, que já nascem imersas nisso, começam a participar do debate.
Tem muita indústria que já embarcou nessa. Cada vez mais realistas, representações virtuais e dinâmicas de objetos, sistemas e até pessoas já são usadas pra identificar problemas e encontrar soluções que vão tornar a versão física melhor. Produtos são testados virtualmente antes de serem desenvolvidos realmente, com sua performance mensurada no digital antes de ir pro offline.
E se não ficou claro, a dualidade também não quer dizer que o otimismo sumiu – loooonge disso. A tecnologia se tornou um meio para construir o futuro que desejamos, ou ao menos tentar. A ideia é usar o avanço tecnológico para desenhar futuros que sejam melhores e também possíveis, sem idealização, mas com propósito de melhoria da condição humana.
Então, ligando os pontos: a gente conta com a tecnologia pra construir um futuro melhor, nos distrair e nos conectar. Só que ela também deixa muita gente meio perdida sobre o que é realidade ou não e, se mal usada, pode até desconectar pessoas e ter um efeito contrário ao que a gente quer. É dessa mistura de sentimentos com as expressões deles que vem os movimentos que começam a direcionar as tendências na produção e consumo de conteúdo digital:
Intencionalismo: o consumo de conteúdo com um olhar mais consciente a respeito dos impactos deles em seu bem-estar, saúde e produtividade. O intencionalismo também engloba fazer isso e usar tecnologias pra melhorar questões sociais.
Escapismo: aquele desejo de escapar de um mundo confuso, de ter momentos de descompressão e momentos de alienação dos problemas e da realidade, não necessariamente relacionado ao auto-cuidado.
Comunidades: a procura gradual por afinidades em comum, a busca por conexões com relevância e construção de laços potentes por meio de conteúdo digital.
Essencialmente, essas três forças ditarão a nossa relação com a tecnologia hoje e devem continuar fazendo isso pelos próximos anos. São, em resumo, a base dos comportamentos que dão origem a macrotendências e, lá no fim, às tendências em si – inclusive as trends que você vê no TikTok.
Mas isso é só um resumão (meio longo) do estudo todo. Nas próximas 3 partes, a gente vai detalhar melhor o que tem dentro de cada um desses movimentos, as manifestações deles na América Latina e o impacto deles na produção de conteúdo e relacionamento entre marcas, creators e comunidade. Já salvou a gente nos favoritos?