Alerta de tendência
Intencionalismo, Escapismo, Comunidades... Os três grandes movimentos que vêm sustentando as tendências em produção e consumo de conteúdo digital continuam – mas em 2025, um pouco diferentes, evoluídos. Vem explorar o novo estudo do TikTok com a consultoria WGSN
Se você é assíduo aqui no blog do TikTok for Business e está por dentro das últimas tendências do TikTok, vai lembrar deste nosso estudo, feito em parceria com a consultoria WGSN no ano retrasado. Nele, a gente apresenta os três movimentos comportamentais que vêm definindo e sustentando o que é tendência no digital. São os conceitos de Intencionalismo, Escapismo e Comunidades – forças que orientariam a produção e o consumo de conteúdo nos dois anos seguintes.
Agora em 2025, uma nova edição desse estudo de tendências confirma esses achados. Mas mais do que isso: também mostra como esses três movimentos evoluíram, além de trazer algumas atualizações valiosas para as marcas acompanharem a evolução cultural no TikTok (e além).
A seguir, a gente apresenta as novas descobertas, com exemplos práticos de como as marcas têm se apoiado nas previsões para produzir conteúdo sempre fresquinho e conectado com as tendências – da plataforma e do mundo. Bora ver como isso tudo evolui?
O primeiro aspecto que se comprova no novo estudo com a WGSN – e aparece ainda mais latente na pesquisa de 2025 – é a dualidade vivida na nossa relação com a tecnologia. Ao mesmo tempo em que nos dão condições para construir um futuro melhor, os ambientes digitais nos colocam de frente com temas incômodos e com uma dificuldade de separar o real do virtual, do fictício. Toda essa incerteza dá origem a uma maior busca pela sensação de conforto, ou ao menos por algum lugar seguro por onde possamos navegar.
Se o intencionalismo já está fazendo as pessoas escolherem cuidadosamente os ambientes digitais por onde navegam, a tendência agora é que elas busquem cada vez mais por criadores de conteúdo que compartilhem seus verdadeiros interesses, conhecimentos e experiências. Sem espaço para aquele lifestyle superficial, viu?
O que vai promover conexões mais profundas são as paixões compartilhadas em comunidades engajadas, mais centradas na legitimidade. As dores e delícias da vida real serão sempre bem-vindas, pode apostar!
A busca incessante por validação externa parece estar cansando as pessoas, que agora abandonam a performance para se conectar pela autenticidade e espontaneidade – a cara do TikTok. O lifestyle irreal vai caindo em desuso e as ambições se redefinem: quanto mais significado e satisfação pessoal, melhor.
A chamada ambição despretensiosa é uma das principais macrotendências que parte do movimento da legitimidade, transformando não só o que é produzido, como também a forma como a gente interage e se conecta online. A espontaneidade ganha espaço, e a crítica cai pro segundo plano. A partir dessa nova dinâmica, vêm algumas microtendências que já dá pra ver bem por aí:
🌪️ Domínio do Caos: o mundo está cada vez mais desordenado – e o que a gente pode fazer? Em vez de assumir ainda mais sobrecarga, a tendência é despertar para uma abordagem mais proativa, bem humorada e inteligente para responder aos desafios. Em bom português, fazendo do limão, uma limonada.
📹 Hi-Fi versus Lo-Fi: pra que grandes produções se o que a gente quer ver é a vida real? Com autenticidade e simplicidade andando de mãos dadas, o valor está na experiência; na estética crua e acessível. Viva a imperfeição!
🥱 Fadiga de Influenciadores: nem precisa explicar, né? O lifestyle excessivamente cuidado e inatingível e a conexão superficial dão lugar a conexões genuínas, reais. Sinais de que a demanda por conteúdo mais relacional e menos comercial só tende a crescer. Fique de olho!
As três apontam pra um mesmo caminho que marcas podem seguir: se o que o público quer ver é algo mais perto da vida real, pra que grandes produções? Ser básico no formato não significa ser básico no conteúdo, e vice-versa. Com autenticidade e simplicidade andando juntas, o valor está na experiência, numa estética mais crua e acessível – sem esquecer de trazer uma perspectiva bem humorada nos conteúdos sempre que possível.
Por aqui, o Banco Mercantil reparou nisso e trabalhou com um parceiro de TikTok Creative Exchange pra criar conteúdo mais nessa linha junto a talentos da plataforma. BIC também viu a mesma coisa, mas foi por outro caminho: trouxe criadores de conteúdo mais famosos pra mostrar os produtos em contextos reais, sob seus POVs. Nos dois casos – e em tantos outros, alguns com creators maiores, outros menores – foi sucesso.
Em busca de experiências menos superficiais, a fuga da realidade que marca o escapismo passa a acontecer nos conteúdos e formatos mais nostálgicos, que exigem maior interação e proporcionam trocas mais genuínas – e mais interessantes do que simples curtidas.
As relações humanas ganham mais importância; mais profundidade. E assim, vamos criando um ambiente digital com maior sensação de pertencimento.
A sobrecarga que o contexto global e a aceleração das tecnologias gera sobre as pessoas vem transformando a forma como produzem e consomem conteúdo. Olhar para o passado parece nos ancorar em lugares mais seguros, com menos desinformação, estímulos e anúncios tradicionais. Se o conteúdo da sua marca consegue oferecer essa segurança nostálgica, bingo! Você já começa ganhando.
A profundidade traz à tona uma renascença do conteúdo, que parte da curiosidade das gerações mais novas e do saudosismo das mais velhas. Mas mais do que ficar vasculhando a memória, esse renascimento deve se refletir até mesmo em releituras de conteúdos e formatos clássicos pra conectar todas as idades. Aqui algumas das microtendências que vêm desse mesmo lugar:
🕺 Cultura Flashback: aquele conteúdo nostálgico com memórias dos momentos mais simples. Filmes, músicas e programas de TV nos permitem escapar da rotina com segurança emocional e conectar diferentes gerações. Até porque você sabe, né? No TikTok, isso não tem nada a ver com idade.
💭 Polarização em Camadas: com opiniões cada vez mais polarizadas, as redes sociais vêm se agrupando em comunidades que reforçam as crenças de um ou outro grupos, desencorajando a discordância.
🫶 Esfera de Apoio: fugindo da natureza controladora dos algoritmos, as pessoas têm buscado conexões mais significativas, conteúdos com opiniões autênticas, dicas simples e insights da vida cotidiana. É assim que vêm criando um ambiente online mais autêntico e acessível.
Em meio a senso de comunidade ainda maior, pautado por uma certa saudade de tempos mais simples, marcas vão precisar criar espaços para interações mais profundas com as comunidades. Daí, vale pensar em como encaixar o elemento nostálgico na sua estratégia, ficar de olho nas discussões relevantes à marca e adotar uma postura mais colaborativa.
Quem fez isso bem entre as marcas tem pouco tempo foi a Chevrolet, com um Branded Mission todo pautado na nostalgia. A Corona foi outra, promovendo um áudio com uma mensagem positiva, de apoio, na virada do ano para as pessoas usarem em seus conteúdos.
Por falar em pertencimento, as pessoas estão buscando por um senso de comunidade cada vez mais forte. Elas vão além, criando ambientes colaborativos no digital, onde todos possam participar ativamente, compartilhando saberes e se conectando mais intimamente – entre si e por um objetivo maior. Pura sinergia!
Se a sinergia garante a conexão íntima entre as pessoas, o espaço é fértil para todas as formas de expressão criativa. É assim que o digital vira palco para cocriações que abraçam uma mentalidade mais delirante – no inglês, delusional, o delulu.
O simulacro coletivo é uma macrotendência em que os indivíduos criam mundos imaginários: filmes, jogos, universos paralelos para shows e fandoms. Realidades alternativas construídas de forma colaborativa e lúdica, muitas vezes usando a IA como ferramenta. É um fenômeno que reflete também o desejo pelo escapismo – porque os movimentos se interligam –, mas que tem tudo a ver com criatividade para moldar realidades e dividir as experiências de uma forma mais divertida e colaborativa.
Olha só como isso reflete em três microtendências:
📍Orgulho Neolocal: celebração aos elementos regionais em filmes, séries, música. Uma forma de conectar as pessoas através de suas raízes em plataformas abertas e colaborativas. Reforça a construção de uma identidade coletiva, em contraponto a um mundo globalizado. Linguagem interessante para marcas, hein?
🤝 Crenças Compartilhadas: a conexão via "universos paralelos" online, por onde as pessoas compartilham referências e experiências bem específicas. Isso vem formando comunidades em torno de narrativas que desafiam a realidade convencional – e elas têm até um lema: se você sabe, você sabe.
🤖 IA Retestada: essa é uma outra maneira de interagir com a Inteligência Artificial, com menos seriedade e mais ludicidade. Sem rejeitar a tecnologia, as pessoas reavaliam e recriam seu papel. Bora se divertir!
Essa busca mais intensa pelo senso de comunidade também se reflete na vontade de criar em conjunto, gerando assuntos e códigos muito próprios. Para as marcas, significa ter que observar ainda mais ativamente o ambiente ao redor, pra assim identificar esses significados e a relevância deles nas suas próximas estratégias.
O app financeiro Jeitto deu uma aula nessa parte: armou uma batalha de rimas pra gerar uma conexão com o público periférico que queria alcançar. Sem exotificar, falando a mesma língua da audiência pra ganhar a confiança dela.
Legal demais, né? Com o mundo mudando tão rápido, a forma mais inteligente de pegar carona nas transformações culturais é aprender junto; testando e encontrando, nas próprias comunidades, os movimentos que têm a ver com a sua marca.
Fica de olho que, no TikTok, novas formas de cultura estão sempre surgindo!